quarta-feira, 30 de março de 2011

Peça histórica é devolvida para Cachoeira do Campo

Cadeira do Imperador chega a Ouro Preto com anúncio de verbas para a restauro da Igreja de Nossa Senhora de Nazaré.

Na tarde da última segunda-feira, 28 de março, o prefeito Angelo Oswaldo assinou o Termo de Guarda da Cadeira do Imperador, móvel histórico do acervo ouro-pretano, entregue pela Inspetoria São João Bosco em cerimônia no auditório do Gabinete da Prefeitura.

Na ocasião, o prefeito leu um trecho do livro Ouro Preto de Henrique Cabral (1874 – 1946) que contextualiza a visita do Imperador D. Pedro II a Vila Rica quando soube e utilizou a cadeira que já havia servido a seu pai, o Imperador D. Pedro I.

O representante da Inspetoria São João Bosco no evento, Sr. Gianini Simplício Burgarelli, informou aos presentes que, em entendimentos com a empresa Alicerce Empreendimentos, será construído no Centro Dom Bosco um memorial onde serão expostos vários bens do acervo histórico da Obra dos Salesianos em Cachoeira do Campo.

O prefeito anunciou também que a Caixa Econômica Federal, após decisão judicial e grande empenho da Procuradoria Jurídica Municipal, fará a liberação da verba para a restauração da Igreja de Nossa Senhora de Nazaré. Trata-se de recurso destinado a Ouro Preto pelo governo federal, através da primeira fase do PAC das Cidades Históricas, sendo da ordem de um milhão e oitocentos mil reais. Também foi anunciado que o mesmo banco vai liberar recursos para obras no Parque Municipal das Andorinhas e para a Rua Desidério de Matos, via que dá acesso à antiga Fábrica de Tecidos.

Durante o evento, a Cadeira do Imperador esteve exposta aos presentes. Ela segue agora para a Igreja de Nossa Senhora de Nazaré onde poderá ser vista pelos fieis e visitantes do histórico distrito de Cachoeira do Campo.

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História:

Trecho do livro Ouro Preto, de Henrique Cabral (1874 – 1946), páginas 174 e 175:

“Estava encarregada da recepção dos reais hóspedes uma comissão de que faziam parte o farmacêutico Joaquim Fernandes Ramos e o Cap. Lúcio Fernandes Ramos.

Após o descanso foi servido o almoço.

A sala de refeição estava tôda ornamentada. A mesa bem disposta e cheia de flôres tinha na cabeceira duas grandes poltronas destinadas ao Imperador e a Imperatriz. A que era para a Imperatriz estava coberta com linda colcha de damasco de sêda e cheia de enfeites e rendas. A outra, bastante velha e estragada, apresentava-se completamente despida de enfeites. D. Pedro, logo ao penetrar na sala, com um simples relance de olhos, notou aquilo. Próximo dêle, porém, se achava o Cel. Joaquim Ramos, tendo no braço esquerdo outra colcha e enfeites destinados a esta poltrona. Curvando-se respeitosamente, disse êle ao Imperador:

- Assentado nesta poltrona é que o augusto pai de V. Majestade tomava suas refeições.

E fazendo menção para orná-la, D. Pedro, com delicado gesto e um sorriso no rosto, não consentiu e assentou-se na velha poltrona.”

Foto: Eduardo Trópia – Divulgação Ascom/PMOP.

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